O que é a próstata?
A próstata é uma glândula (por isso ela é também pode ser chamada de glândula prostática), que apresenta uma forma arredondada e possui, em média, 3 cm de altura, 4 cm de comprimento e 2 cm de largura, totalizando um volume de aproximadamente 15 a 20 centímetros cúbicos (ou 15 a 20 gramas).
A glândula prostática fica localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto (porção final do intestino grosso). Coladas à próstata também ficam as vesículas seminais, órgãos responsáveis pela produção de parte do líquido presente no esperma (veja a figura mais abaixo para entender melhor onde fica a próstata).
Por dentro da próstata passa a uretra, canal que drena a urina da bexiga em direção ao pênis. Também por dentro passam os vasos deferentes, que são os canais que trazem os espermatozoides produzidos pelos testículos. Os vasos deferentes desembocam na uretra no interior da próstata.
Apesar de ser um órgão importante, cuja principal função é a proteção dos espermatozoides no líquido ejaculado, ela não é essencial para a vida.
Pacientes com doenças graves, como o câncer da próstata, podem ter a glândula retirada cirurgicamente sem que isso necessariamente acarrete maiores transtornos.
Qual é a função da próstata?
A principal função da próstata é produzir uma secreção que sirva de proteção para os espermatozoides. O líquido prostático corresponde a cerca de 30% do volume do esperma ejaculado; é ele quem dá ao esperma a sua aparência leitosa.
Os espermatozoides são produzidos nos testículos e transportados pelo vaso deferente, que se junta à vesícula seminal. Ao passarem pela vesícula seminal, os espermatozoides são misturados ao fluido seminal, uma substância alcalina que corresponde de 50 a 70% do volume total do esperma. Após a vesícula seminal, os espermatozoides chegam à glândula prostática.
Durante a ejaculação, a próstata se contrai e libera o líquido prostático, misturando-se ao líquido seminal já rico em espermatozoides. A primeira fração do esperma ejaculado é rica em fluido prostático e possui os espermatozoides mais ativos, saudáveis e capazes de fecundar um óvulo. O líquido da próstata protege os espermatozoides do ambiente ácido da vagina, mantendo o seu DNA intacto. O fluido prostático também prolonga a vida dos espermatozoides e faz com que eles se tornem mais móveis, aumentando as chances de chegarem até o óvulo.
Como o vaso deferente desemboca na uretra dentro da próstata, é preciso haver algum controle para que a urina da bexiga não se encontre com os espermatozoides vindos dos testículos. Quando o homem ejacula, a próstata se contrai, empurrando o esperma em direção ao pênis e fechando a porção da uretra que se conecta à bexiga. Deste modo, há a garantia de que não haverá passagem de urina durante a ejaculação.
Quais são as doenças mais comuns da próstata?
Hiperplasia benigna da próstata (HBP)
Um dos grandes problemas da glândula prostática é a sua tendência a crescer com o passar dos anos, principalmente após os 40 anos. O aumento da próstata recebe o nome de hiperplasia benigna da próstata.
A hiperplasia benigna da próstata é tão comum que acomete metade dos homens com mais de 50 anos e mais de 80% dos homens com mais de 80 anos de idade.
A HBP tem como principal complicação a obstrução à passagem de urina. Repare na figura acima como uma próstata grande pode obstruir a uretra, dificultando a drenagem da urina.
Para saber detalhes sobre a hiperplasia benigna da próstata, leia: Hiperplasia prostática benigna – Sintomas e tratamento.
Câncer de próstata
Outra doença comum da glândula prostática é o câncer de próstata. O adenocarcinoma da próstata é o câncer mais comum no sexo masculino, presente em até 80% dos homens que chegam aos 80 anos de idade.
O câncer da próstata é um tumor que costuma ser indolente, crescendo lentamente, podendo permanecer assintomático por vários anos.
Para saber mais sobre o adenocarcinoma da próstata, leia: Câncer de próstata – Sintomas e tratamento.
Prostatite
A prostatite é uma doença causada pela inflamação da próstata.
A prostatite aguda, que é a forma mais comum de prostatite, é um quadro inflamatório normalmente causado por uma infecção bacteriana, em geral, por E. coli, Klebsiella ou Proteus.
A prostatite pode ocorrer tanto em homens jovens quanto em idosos e os seus principais sintomas são a febre, dor para urinar e dor na região pélvica.
Para saber mais sobre a prostatite, leia: Prostatite – Sintomas, causas e tratamento.
Exames da próstata
Existem quatro importantes exames para avaliar a próstata. O mais simples é o toque retal. Como a glândula prostática fica colada ao reto, através do toque retal é possível palpá-la, podendo-se obter informações sobre o seu tamanho e formato.
Outro exame simples é a dosagem sanguínea do PSA, uma enzima produzida pela próstata, que costuma estar aumentada nas doenças, principalmente no câncer e na prostatite.
A ultrassonografia da próstata é um exame de imagem útil para se avaliar o tamanho da mesma e a presença de nódulos suspeitos. Quando o ultrassom é feito pela via retal, a eficácia do exame é muito maior, sendo esta a forma ideal de se realizar uma ultrassonografia prostática.
Por fim, há a biópsia da próstata, que é o procedimento realizado quando há suspeitas de tumores.
Explicamos a biópsia prostática com detalhes neste texto: Biópsia da próstata – Indicações e Complicações.
Podemos viver sem a próstata?
Sim, a próstata não é um órgão essencial à vida. Na verdade, nas pessoas idosas, que já não pretendem mais ter filhos, a próstata não tem função, servindo apenas como fonte de problemas.
A grande questão é que a remoção da próstata não é um procedimento livre de complicações. Entre as mais comuns estão a impotência sexual e a incontinência urinária.
Referências
- How does the prostate work? – InformedMealth.org – NIH.
- Benign Prostatic Hyperplasia: An Overview – Reviews in urology.
- Clinical manifestations and diagnostic evaluation of benign prostatic hyperplasia – UpToDate.
- Prostatitis: Inflammation of the Prostate – National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK).
- Clinical presentation and diagnosis of prostate cancer – UpToDate.
- Wein AJ, et al., eds. Benign prostatic hyperplasia: Etiology, pathophysiology, epidemiology, and natural history. In: Campbell-Walsh Urology. 11th ed. Philadelphia, Pa.: Elsevier; 2016
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
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