Roséola (exantema súbito): sintomas e tratamento

Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro

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Roséola

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O que é roséola infantil?

A roséola infantil, também chamada de exantema súbito ou sexta doença, é uma virose extremamente comum durante a infância, que se manifesta através de erupções cutâneas (manchas vermelhas na pele)  que surgem após alguns dias de febre alta.

A roséola é uma virose benigna, de curta duração e com baixíssima taxa de complicações.

O vírus responsável na maioria dos casos é o herpesvírus humano 6 (HHV-6), um vírus da família do herpes. Porém, a roséola também pode ser provocada por outros vírus, tais como, herpesvírus humano 7 (HHV-7), alguns enterovírus (coxsackievirus A, coxsackievirus B e echovirus), adenovírus e parainfluenza tipo 1.

O exantema súbito é uma infecção típica de bebês. Cerca de 90% dos casos ocorrem em crianças entre 6 meses e 2 anos. Antes dos 6 meses a doença é rara, pois o bebê ainda está protegido pelos anticorpos que recebeu da mãe durante a gravidez.

Meninos e meninas são acometidos com igual frequência, assim como também não há predileção por nenhuma etnia. Ao contrário da maioria das viroses, que surgem no inverno, o exantema súbito pode surgir em qualquer época do ano.

Ao final da infância, praticamente todo mundo já terá tido algum contato com o vírus, mesmo aqueles que se infectaram, mas não chegaram a desenvolver os sintomas. Quadros de roséola em adultos são raros, pois grande parte da população adquire anticorpos ainda na infância.

Transmissão

A transmissão da roséola é feita habitualmente de pessoa para pessoa através do contato com secreções das vias respiratórias, principalmente pela saliva. Espirros, tosse, beijos, contato com perdigotos ou brinquedos que vão à boca e são compartilhados com outras crianças são fontes potenciais de contágio.

Na maioria dos casos, os pacientes não conseguem identificar a origem da transmissão, pois esta se dá frequentemente através de indivíduos que são portadores assintomáticos do vírus.

Explicando melhor: uma criança se contamina com o HHV-6, não desenvolve sintomas de roséola, mas passa vários dias sendo uma fonte de transmissão do vírus. Essa criança portadora assintomática pode passar o vírus para dezenas de outras crianças, principalmente se ela estiver frequentando uma creche. Dentre as crianças recém-infectadas, algumas irão desenvolver os sintomas da roséola, mas a maioria se transformará em novos portadores assintomáticos do vírus.

Sintomas

Para aquele pequeno grupo que irá desenvolver sintomas, o período médio de incubação da roséola é de 10 dias.

O quadro clínico inicia-se habitualmente com uma febre alta, que pode ultrapassar os 40ºC. A febre pode vir acompanhada de outros sinais e sintomas, tais como dor de ouvido, aumento dos linfonodos do pescoço, irritação, perda do apetite, nariz entupido, dor de garganta ou diarreia.

Do mesmo jeito que surge subitamente, após 3 a 5 dias de temperaturas altas, a febre também vai embora rapidamente de uma hora para outra.

O sinal mais característico da roséola é o surgimento súbito de uma exantema (manchas vermelhas na pele) imediatamente após a resolução da febre, daí a doença também ser conhecida como exantema súbito. O rash da roséola não coça nem provoca dor.

Rash do exantema súbito
Rash do exantema súbito

O exantema da roséola inicia-se no pescoço e no tronco e depois espalha-se para membros e face. As lesões são habitualmente compostas por múltiplas pequenas manchas avermelhadas, de 0,5 centímetros, que podem ser planas ou com discreto relevo. O exantema dura de 1 a 2 dias, mas em alguns casos pode durar apenas poucas horas.

Além do rash que surge logo após o desaparecimento da febre, os pacientes com exantema súbito também costumam apresentar:

  • Aumento dos linfonodos – 98%.
  • Inflamação da membrana timpânica – 93%.
  • Irritabilidade – 92%.
  • Manchas Nagayama (machas avermelhadas na úvula e no palato) – 87%.
  • Perda do apetite – 80%.
  • Abaulamento da fontanela – 26%.
  • Diarreia – 15%.
  • Tosse – 11%.
  • Convulsão febril – 4%.

A roséola cura-se espontaneamente sem provocar complicações na maioria dos casos. Em algumas crianças, porém, a febre muito alta pode desencadear episódios de crise convulsiva. Apesar de ser um quadro bastante assustador para os pais, as crises são autolimitadas e não provocam problemas maiores na imensa maioria dos casos.

Os vírus HHV-6 e HHV-7 também podem provocar outra forma de erupção cutânea, conhecido como pitiríase rósea. Esse rash acomete preferencialmente crianças mais velhas e adultos jovens (leia: Pitiríase rósea – Sintomas e tratamento).

Para saber mais sobre outras causas comuns de febre e rash cutâneo, acesse o seguinte link: 10 Causas de Febre com Manchas Vermelhas na Pele.

Diagnóstico

Na maioria dos pacientes, a roséola é diagnosticada clinicamente, devido à sua típica apresentação de febre por 3 a 5 dias seguida de rash cutâneo em criança com menos de 3 anos. Antes do aparecimento do rash, é muito difícil estabelecer o diagnóstico, pois os sintomas são os mesmos que os de qualquer virose comum.

Raramente, o médico pode pedir uma sorologia, que é um exame que investiga a presença de anticorpos contra a roséola no sangue.

Tratamento

A roséola é um quadro benigno e autolimitado, e a maioria das crianças já se encontra curada dentro de uma semana após o surgimento da febre.

O tratamento indicado, portanto, é apenas repouso, boa hidratação e controle da febre com analgésicos comuns, tais como paracetamol ou dipirona.


Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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