O que é acufeno ou tinido?
Acufeno ou tinido são os termos que os médicos usam quando uma pessoa ouve um zumbido, toque de campainha, assobio, rugido ou um ruído em um ou ambos os ouvidos.
De forma mais elaborada, podemos descrever o acufeno como uma percepção da existência de um som próximo à cabeça, na ausência de uma fonte externa real. O zumbido pode ser percebido como estando dentro do(s) ouvido(s), dentro ou ao redor da cabeça, ou como um ruído externo distante.
O tinido é uma queixa muito comum, com uma prevalência de 10 a 20% na população. O sintoma pode ter curta duração ou durar meses a anos; pode ser intermitente ou contínuo.
O zumbido pode ser bastante irritante, a ponto de atrapalhar a qualidade de vida do paciente, mas, na maioria dos casos, não é um sinal de um problema de saúde sério, como tumor maligno ou doença neurológica degenerativa.
O tinido pode ocorrer em crianças e vai se tornando mais comum com o avançar da idade. Ele é mais comum em homens do que em mulheres e é mais provável de ocorrer entre indivíduos que fumam ou bebem álcool com frequência.
Causas
O zumbido é geralmente causado por uma condição subjacente, ou seja, algum problema de saúde, dentro ou fora do ouvido, que faz com que o sistema nervoso central receba sinais elétricos sonoros que não existem na realidade. Quando o zumbido surge sem causa aparente, ele é chamado de tinido idiopático.
Quase todo mundo já teve zumbido por um curto período após ser exposto a um ruído extremamente alto. Por exemplo, ficar horas em uma boate ou ouvir de perto um estrondo, como uma arma disparando, pode provocar zumbido de curta duração.
Os zumbidos prolongados, por sua vez, costumam ocorrer em pessoas com lesão no ouvido interno, mais especificamente na cóclea. Nestes, além do zumbido, perda auditiva também costuma estar presente.
Na cóclea existem células ciliadas minúsculas e delicadas, cujos cílios se movem quando o ouvido recebe ondas sonoras. Este pequeno movimento dispara sinais elétricos ao longo do nervo coclear, que vai do ouvido até o cérebro. Ao receber esses impulsos elétricos, o cérebro interpreta-os como sons.
Se os pequenos cílios dentro do seu ouvido interno estiverem tortos ou lesionados — isso acontece com a idade ou quando você é regularmente exposto a sons altos — eles podem gerar impulsos elétricos aleatórios para o seu cérebro, causando zumbido.
Existem dezenas de causas de tinido, a maioria delas está relacionada a lesões nas vias auditivas. Citamos a seguir as mais comuns.
Perda auditiva relacionada à idade (presbiacusia)
A audição frequentemente se deteriora à medida que as pessoas envelhecem, geralmente a partir dos 60 anos. Essa forma de perda auditiva tende a ser bilateral e envolve a perda sensorial de sons de alta frequência.
A perda auditiva relacionada à idade explica, em parte, o motivo pelo qual o zumbido é tão prevalente entre os idosos.
Explicamos a presbiacusia com detalhes no artigo: Surdez no idoso (presbiacusia).
Perda auditiva induzida por ruído
A exposição a ruídos altos, seja em uma única experiência traumática ou de forma prolongada ao longo de meses ou anos, pode danificar o sistema auditivo e resultar em perda auditiva e zumbido.
A exposição a ruídos traumáticos pode acontecer por contato com maquinário barulhento, concertos musicais, boates, explosões, armas de fogo, música alta em fones de ouvido por tempo prolongado, etc.
Medicamentos
O zumbido pode ser provocado por medicamentos ototóxicos (que fazem mal aos ouvidos). Alguns exemplos de fármacos que podem desencadear ou agravar o tinido são:
- Ácido acetilsalicílico (AAS).
- Ácido valproico.
- Antibióticos da classe dos aminoglicosídeos (estreptomicina, gentamicina, amicacina).
- Antibióticos da classe das fluoroquinolonas (ciprofloxacino, levofloxacino, moxifloxacino).
- Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina).
- Anti-hipertensivos da classe dos bloqueadores do canal de cálcio.
- Anti-hipertensivos da classe dos Inibidores da ECA (captopril, enalapril, ramipril, lisinopril, perindopril).
- Anti-inflamatórios da classe dos Inibidores COX-2 (Celecoxibe, Arcoxia, Lumiracoxib).
- Antimaláricos (cloroquina, hidroxicloroquina).
- Benzodiazepínicos (diazepam, alprazolam, lorazepam, oxazolam, midazolam, clonazepam).
- Carbamazepina.
- Ciclobenzaprina.
- Cisplatina.
- Claritromicina.
- Clordiazepóxido.
- Dapsona.
- Doxazosina.
- Furosemida.
- Inibidores da bomba de protões (omeprazol, esomeprazol, pantoprazol, lansoprazol)
- Isotretinoína.
- Prazosin.
- Quinidina.
- Sertralina.
- Sibutramina.
- Tolbutamida.
A ototoxicidade por fármacos costuma afetar ambos os ouvidos, provocando lesão coclear.
Infecção de ouvido ou bloqueio do canal auditivo
Os canais auditivos podem ficar bloqueados com o acúmulo de fluido, pus, cera, sujeira ou outros materiais estranhos. O bloqueio dos canais pode alterar a pressão no ouvido interno, provocando mau funcionamento coclear e, consequentemente, zumbido.
Otosclerose
Nosso ouvido possui os três menores ossos do corpo humano: bigorna, martelo e estribo. Sua função é transmitir as vibrações mecânicas geradas na membrana timpânica até o ouvido interno.
O enrijecimento dos ossículos do ouvido médio é chamado de otosclerose. O zumbido pode ocorrer quando a otosclerose danifica as estruturas cocleares.
A otosclerose progressiva costuma causar perda auditiva, que pode ser unilateral ou bilateral.
Disfunção da tuba auditiva (Trompa de Eustáquio)
A tuba auditiva, ou trompa de Eustáquio, é um tubo que conecta o ouvido médio à nasofaringe, permitindo manter o equilíbrio da pressão do ar entre os dois lados da membrana timpânica.
Trompa de Eustáquio patulosa é o nome de um distúrbio em que a trompa de Eustáquio, que em condições normais encontra-se fechada, permanece constantemente aberta.
A tuba auditiva patulosa pode causar zumbido unilateral ou bilateral, com sons semelhantes ao barulho do oceano, habitualmente sincronizado com a respiração. Percepção incomum da própria voz (autofonia) e desconforto no ouvido também são comuns. Os sintomas costumam desaparecer quando o paciente se deita.
Neuroma acústico ou outros tumores de cabeça e pescoço
O neuroma acústico é um tumor benigno que comprime o nervo vestibulococlear, responsável pelo equilíbrio e a audição. Outros tumores de cabeça, pescoço ou cérebro também podem causar zumbido, que em regra é unilateral.
Distúrbios vasculares
Condições que afetam os vasos sanguíneos ao redor do ouvido e do osso da têmpora, tais como aterosclerose, pressão alta ou vasos sanguíneos torcidos ou malformados, podem provocar alterações no fluxo sanguíneo que levam ao aparecimento de um zumbido com característica pulsátil.
Causas neurológicas
O zumbido pode resultar do espasmo de um ou de ambos os músculos do ouvido médio (músculo tensor do tímpano e músculo do estribo), que são inervados pelos nervos cranianos.
Esses espasmos musculares podem ocorrer espontaneamente, por conta de doença do próprio ouvido, ou por alguma doença neurológica, como esclerose múltipla.
Ruídos com som de clique ou pulsações irregulares ou rápidas também podem resultar da mioclonia dos músculos da região do palato (céu da boca), que se fixam ao orifício da tuba auditiva.
A mioclonia dos músculos palatinos é geralmente causada por uma anormalidade neurológica, como esclerose múltipla, doença microvascular do tronco cerebral ou neuropatia relacionada a alterações metabólicas ou intoxicações.
Fatores de risco
Qualquer pessoa pode desenvolver zumbidos nos ouvidos, mas aqueles que apresentam um ou mais dos fatores listados abaixo têm um risco maior:
- Exposição a ruídos altos.
- Idade avançada.
- Sexo masculino.
- Tabagismo.
- Consumo de álcool.
- Obesidade.
- Diabetes mellitus.
- Colesterol alto.
- Hipertensão arterial.
- Traumatismo craniano.
- Privação do sono (dormir menos de 6 horas por noite).
- Depressão.
- Ansiedade.
- Doenças da tireoide.
- Otite.
- Artrite reumatoide.
- Doença de Ménière.
Tipos de zumbido
Os zumbidos podem ser classificados de diversas formas, consoante as suas características. As principais são:
Zumbido subjetivo: são ruídos na cabeça ou nos ouvidos que são perceptíveis apenas para o paciente. O zumbido subjetivo geralmente surge em pessoas com perda auditiva. Mais de 99% de todos os casos de zumbido relatados são subjetivos.
Zumbido objetivo: são ruídos na cabeça ou em um dos ouvidos que são audíveis para o próprio paciente, bem como para outras pessoas. Esses sons, geralmente pulsáteis, são produzidos por alterações vasculares ao redor dos ouvidos ou por espasmos musculares na mesma região. O zumbido objetivo é raro, representando menos de 1% do total de casos de acufeno.
Zumbido pulsátil: são ruídos descritos como sons de pulsações regulares. O tinido pulsátil pode ser subjetivo ou objetivo.
Tinido primário: é o zumbido idiopático, que surge sem causa aparente, e pode ou não estar associado à perda auditiva neurossensorial (PANS), um tipo de perda auditiva na qual a raiz do problema está no ouvido interno ou órgão sensorial (cóclea e estruturas associadas) ou no nervo vestibulococlear (VIII nervo craniano). PANS é responsável por cerca de 90% das causas de surdez.
Tinido secundário: é o zumbido associado a uma causa subjacente específica, diferente da PANS.
Tinido agudo: qualquer zumbido que esteja presente há menos de 6 meses.
Tinido crônico: qualquer zumbido que esteja presente há mais de 6 meses.
Diagnóstico
Quando o paciente queixa-se de zumbido nos ouvidos, o médico deve tentar identificar a origem do sintoma. O especialista mais indicado para fazer a investigação é o otorrinolaringologista.
O zumbido está frequentemente associado à perda auditiva ou alguma outra lesão coclear. Em alguns casos, o tinido pode ser a queixa inicial em um paciente com lesão do sistema nervoso central.
História e exame físico são as primeiras etapas para estabelecer a origem do zumbido. O exame de audiometria, para detectar se há perda de audição, deve ser feito, principalmente naqueles com zumbido unilateral. A avaliação do tímpano pela otoscopia também deve ser sempre realizada.
Na avaliação clínica do paciente é importante identificar as características do zumbido, se ele é episódico ou constante, pulsátil ou não pulsátil, sua ritmicidade, frequência sonora aguda ou grave, qualidade do som, etc.
Os pacientes também devem ser questionados sobre doenças conhecidas do ouvido, exposição a ruídos, história de traumatismo cranioencefálico e sintomas associados, como perda de audição e tonturas.
Todos os medicamentos e suplementos devem ser revistos. A história deve revisar outras condições médicas, incluindo hipertensão arterial, aterosclerose, doença neurológica e cirurgias anteriores.
Os pacientes devem ser questionados especificamente sobre depressão, ansiedade e insônia, fatores que podem exacerbar o zumbido e aumentar seu impacto na qualidade de vida.
Zumbidos que são claramente pulsantes e que aumentam de intensidade com o exercício geralmente são de origem vascular. Mudanças na intensidade do zumbido com o movimento da cabeça ou mudança de posição do corpo (deitado versus sentado ou em pé) também sugerem fortemente um zumbido vascular.
Nos pacientes com suspeita de zumbido vascular, o médico deve auscultar as regiões do pescoço, área ao redor dos ouvidos, têmpora e ao redor da órbita, idealmente em várias posições para ver se há mudança do padrão do zumbido.
O zumbido com som de clique costuma estar relacionado a problemas musculares. A mioclonia dos músculos palatinos ou das estruturas do ouvido médio pode ocorrer espontaneamente, mas também pode sugerir alguma doença neurológica significativa.
Quando há suspeita de lesão vascular intracraniana, ressonância magnética ou tomografia computadorizada devem ser solicitadas.
Tratamento
O tratamento do tinido inclui a correção das doenças identificadas, bem como a abordagem direta dos efeitos do zumbido na qualidade de vida do paciente.
Todos os fatores de risco e causas identificadas devem ser tratados. Isso inclui suspensão de medicamentos que possam estar causando o tinido, tratamento da depressão ou da insônia, suspensão do álcool e do cigarro, remoção de possíveis tampões de cera, correção cirúrgica de lesões vasculares, uso de aparelhos auditivos ou implante cocleares para quem tem algum grau de surdez, etc.
Em muitos casos, o tratamento das condições descritas acima é suficiente para melhorar de forma relevante o zumbido do paciente.
Porém, para muitos, o zumbido é uma condição crônica, sem uma causa corrigível. Isso é particularmente real nos pacientes com perda auditiva neurossensorial. Nestes, o objetivo principal do tratamento deve ser diminuir impacto dos ruídos na vida do paciente.
Masking
Existem tratamentos que podem ajudar a tornar os zumbidos menos perceptíveis. Os dispositivos de mascaramento (masking) se assemelham a aparelhos auditivos e são projetados para produzir sons de baixo nível que reduzem a percepção do zumbido.
O médico otorrinolaringologista pode sugerir o uso desses dispositivos eletrônicos para suprimir o zumbido, como aparelhos auditivos que produzem os chamados “ruídos brancos”, que são sons constantes e monótonos, semelhantes aos de uma TV fora do ar ou uma máquina ligada, ou ainda sons ambientais, como chuva ou ondas do mar.
Ventiladores, umidificadores, desumidificadores e ar condicionado no quarto também produzem ruído branco e podem ajudar a tornar o zumbido menos perceptível à noite.
TRT
O TRT (Tinnitus Retraining Therapy), assim com o masking, é uma técnica de tratamento para o acufeno que também utiliza a habituação e a terapia sonora para ajudar as pessoas a gerenciar os sintomas do zumbido no ouvido. O objetivo do TRT é ajudar o cérebro a se adaptar ao zumbido, tornando-o menos perceptível e perturbador.
O TRT é uma terapia mais abrangente que combina o masking com terapia cognitivo-comportamental para ajudar os pacientes a lidar com o impacto emocional do acufeno e reprogramar o cérebro do paciente para interpretar o zumbido como um som menos intrusivo e menos angustiante.
A terapia TRT envolve o uso de aparelhos de amplificação sonora personalizados (geralmente aparelhos auditivos) e terapia de som para ajudar os pacientes a se acostumar com o zumbido no ouvido. Os aparelhos de amplificação sonora são ajustados para fornecer som de fundo suave e constante por um período específico para diminuir a percepção do zumbido.
Ao longo do tempo, o TRT ajuda a reprogramar o cérebro do paciente para interpretar o zumbido como um som menos intrusivo e menos angustiante. Isso pode ajudar os pacientes a se sentirem mais confortáveis e a lidar melhor com o zumbido, permitindo que eles se concentrem em outras atividades e tarefas diárias.
O TRT é considerado um tratamento eficaz para o acufeno em muitos casos. No entanto, pode levar tempo para os pacientes começarem a ver resultados significativos, e a terapia TRT geralmente requer várias sessões e ajustes ao longo do tempo para ser eficaz. O tratamento com TRT pode levar de um a dois anos até que o paciente não precise mais do dispositivo.
Estimulação elétrica
A estimulação elétrica da cóclea por meio da colocação direta de eletrodos parece resultar em melhora do zumbido em pacientes com perda auditiva. A estimulação elétrica transcutânea é a única opção elétrica disponível que não está associada ao risco de causar perda auditiva.
A estimulação elétrica pode ser fornecida por meio de um único eletrodo ou por meio de agulhas de acupuntura colocadas várias vezes sobre as mastoides ou ao redor do pavilhão auricular.
Em pacientes sem perda auditiva, no entanto, a estimulação elétrica externa ao ouvido médio ou interno não demonstrou ser mais eficaz para a supressão do zumbido do que o tratamento com placebo (leitura recomendada: Efeito placebo: o que é, causas e utilidades).
Remédios para o zumbido
Não há medicamentos que tratem diretamente o zumbido. Em geral, os fármacos que apresentam alguma resposta são aqueles utilizados para tratar problemas subjacentes, como depressão, ansiedade ou insônia.
Qualquer remédio ou suplemento que se venda como tratamento eficaz para os zumbidos, principalmente aqueles comercializados fora das farmácias, é propaganda enganosa. Atualmente, não existe remédio para zumbido.
Ácido gama-aminobutírico (GABA)
O ácido gama-aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor que desempenha um papel importante na regulação do sistema nervoso central. Embora o GABA seja conhecido por suas propriedades relaxantes e inibidoras do sistema nervoso central, há poucas evidências científicas que apoiem o uso seu para tratar o acufeno.
Alguns estudos preliminares sugerem que o GABA pode ser eficaz para reduzir os sintomas do acufeno em algumas pessoas, mas a evidência atual é limitada e não conclusiva. O principal estudo sobre o assunto foi realizado em ratos e com fármacos tóxicos para os seres humanos.
É importante observar que a maioria dos suplementos de GABA vendidos na Internet é mal absorvida pelo corpo quando ingeridos oralmente, pois o GABA não consegue cruzar facilmente a barreira hematoencefálica, uma membrana protetora que dificulta a entrada de substâncias no sangue para o cérebro.
Se você tomar os suplementos de GABA, ele não terá nenhum efeito no acufeno, pois a substância não chega nas regiões do cérebro onde poderia atuar para reduzir o zumbido.
Embora existam alguns fármacos contendo compostos relacionados ao GABA, que conseguem chegar ao cérebro e possam ter efeitos semelhantes ao GABA no corpo, esses compostos têm efeitos colaterais graves e o seu uso deve ser monitorado por um profissional de saúde.
Em resumo, embora o GABA possa ser promissor para o tratamento do acufeno em alguns casos, as evidências atuais são limitadas e inconclusivas. As opções que poderiam ser eficazes são complexas e apresentam elevado risco de efeitos colaterais. Atualmente, os benefícios claramente não são maiores que os riscos.
Outros tratamentos para zumbido sem evidências científicas
Sempre que uma doença comum não tem tratamento eficaz disponível, surgem dezenas de “tratamentos alternativos, naturais ou caseiros” para preencher essa lacuna. Porém, boa parte deles não foi estudado ou não apresentaram resultados positivos nos estudos clínicos. Abaixo, citamos alguns casos:
- Acupuntura: nos estudos realizados, não se constatou que a acupuntura seja mais eficaz do que o placebo.
- Zinco: estudos que correlacionam os níveis de zinco com o zumbido, bem como estudos randomizados e controlados de terapia com zinco para o zumbido, tiveram resultados inconsistentes. As evidências atuais não apoiam o uso de suplementos de zinco para o tratamento do zumbido.
- Ginkgo biloba: o ginkgo biloba e outros bioflavonoides têm sido promovidos como substâncias redutoras do zumbido, mas não há evidências de que sejam eficazes.
- Anticonvulsivantes: os anticonvulsivantes não parecem ser eficazes na melhora dos sintomas do zumbido que não seja do tipo pulsátil. Uma revisão sistemática e meta-análise que incluiu sete estudos randomizados de pacientes com zumbido crônico não encontrou nenhum efeito clinicamente significativo sobre os sintomas quando comparou anticonvulsivantes (gabapentina, carbamazepina, lamotrigina e flunarizina) com placebo. Entretanto, a carbamazepina parece ter alguma eficácia no tratamento do zumbido pulsátil.
- Melatonina: a melatonina também não se mostrou eficaz para zumbidos em estudos controlados.
- Vitaminas: nenhum tipo de vitamina, incluindo a niacina (vitamina B3), se mostrou eficaz para zumbidos em estudos controlados.
Referências
- Clinical Practice Guideline: Tinnitus – American Academy of Otolaryngology – Head and Neck Surgery.
- Tinnitus – The Lancet.
- Etiology and diagnosis of tinnitus – UpToDate.
- Treatment of tinnitus – UpToDate.
- Tinnitus – Medscape.
- Tinnitus – American Tinnitus Association.
- Underlying Mechanisms of Tinnitus: Review and Clinical Implications – Journal of the American Academy of Audiology.
- A review of tinnitus – The Royal Australian College of General Practitioners.
- Flint PW, et al., eds. Tinnitus and hyperacusis. In: Cummings Otolaryngology: Head and Neck Surgery. 7th ed. Elsevier; 2021.
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
Leave a Comment