O que é o tampão mucoso?
O tampão mucoso é uma estrutura gelatinosa, predominantemente composta de muco secretado pelas glândulas localizadas no colo do útero. Durante a gravidez, ele se forma e acumula-se no canal cervical (canal do colo do útero), atuando como uma barreira protetora que sela o útero.
O aumento dos hormônios da gravidez, especialmente a progesterona, estimula as glândulas cervicais a produzirem muco. A formação do tampão mucoso inicia-se nas primeiras semanas após a fertilização, logo após o embrião se implantar no útero e os níveis hormonais começarem se elevar pela gravidez.
Este tampão só aparece durante a gravidez e cresce progressivamente em tamanho e espessura, reforçando-se à medida que mais muco é secretado ao longo da gestação.
A função primordial do tampão mucoso é proteger o ambiente uterino contra infecções externas. Ele efetivamente bloqueia a entrada do canal cervical, impedindo a invasão de bactérias e outros patógenos no útero, o que é vital para a proteção do feto em desenvolvimento.
Quando o tampão mucoso é expelido?
À medida que a gravidez avança para o trabalho de parto, mudanças hormonais e físicas no corpo da mulher causam o amolecimento e a dilatação do colo do útero. Essas mudanças frequentemente levam à expulsão do tampão, um evento conhecido como “perda do tampão mucoso”.
A perda do tampão costuma ocorrer a partir da 37ª semana de gestão. A expulsão pode ocorrer de uma só vez ou o tampão pode ir se soltando aos poucos. O muco pode ter uma coloração rosada ou sanguinolenta devido a pequenas rupturas de vasos sanguíneos no colo do útero que podem ocorrer quando o colo começa a dilatar e amolecer.
Nem todas as mulheres notam a perda do tampão, se ele se soltar aos poucos durante o banho ou ao usar o banheiro, esse evento pode passar despercebido.
Desde que você esteja com mais de 37 semanas de gravidez, o tampão mucoso não esteja muito sanguinolento e a bolsa d’água não tenha estourado, você não deverá ter problemas para continuar como durante o final da gravidez. O bebê ainda está protegido dentro do saco amniótico, e atividades como fazer sexo, tomar banho de banheira ou nadar não costumam ser um problema.
A perda do tampão mucoso é um dos primeiros sinais de que o trabalho de parto pode estar se aproximando, embora o parto em si possa ainda demorar alguns dias após a expulsão. É importante destacar que a perda do tampão mucoso por si só não indica que o trabalho de parto começou, mas é um sinal de que o útero está se preparando para parir.
Por outro lado, se a perda do tampão mucoso for seguida por contrações dolorosas regulares ou pela ruptura da bolsa d’água, isso, sim, é um sinal de início do trabalho de parto.
Se o tampão for expulso antes da 37ª semana de gestação, você deve informar o seu obstetra do ocorrido. Isso pode ser um sinal de trabalho de parto prematuro ou de outras complicações na gravidez. Cabe destacar, porém, que perder o tampão mucoso antes das 37 semanas não significa automaticamente uma complicação, mas o caso deve ser discutido com o médico para garantir que não há riscos adicionais para a mãe ou para o bebê.
Como é a aparência do tampão mucoso?
A variação na aparência do tampão mucoso é ampla e depende de muitos fatores, incluindo a quantidade de muco produzido pelas glândulas cervicais da mulher. Geralmente, ele apresenta as seguintes características:
- Coloração: a cor do tampão mucoso pode variar entre transparente, esbranquiçada, amarelada ou acastanhada. Em alguns casos, ele pode ter um tom rosado ou avermelhado devido à presença de sangue, o que é normal e pode ocorrer quando há pequenas rupturas nos vasos sanguíneos do colo do útero durante a dilatação.
- Consistência: o tampão é geralmente espesso, gelatinoso e pegajoso. A textura pode ser um pouco mais espessa que a da clara de ovo crua, sendo viscosa e bem elástica.
- Quantidade: o volume do tampão mucoso pode ser variável. Algumas mulheres podem perdê-lo em uma grande peça única, o que torna fácil identificá-lo, enquanto outras podem perder pequenas quantidades gradualmente, o que costuma passar despercebido.
- Tamanho: quando expelido de uma só vez, o tampão mucoso pode ter de 2 a 6 cm de comprimento.
- Volume: o volume habitual do tampão é de uma ou duas colheres de sopa.
- Odor: o tampão não tem nenhum odor específico, sendo quase inodoro.
Fotos do tampão mucoso
Sintomas
A parda do tampão mucoso não vem necessariamente acompanhada de sintomas claros e específicos. Nem sempre os sinais de início de trabalho de parto surgem logo após a perda do tampão. Algumas mulheres relatam sentir uma sensação de alívio ou diminuição da pressão na área pélvica após a perda do tampão, o que pode ser devido à mudança na posição do bebê ou à preparação do corpo para o trabalho de parto.
Na grande maioria dos casos, a perda do tampão mucoso ocorre sem sintomas evidentes, e a expulsão do muco geralmente não é acompanhada ou precedida por quaisquer sinais ou sintomas imediatos.
Diferenças entre corrimento e tampão mucoso
Corrimento vaginal e tampão mucoso são dois fenômenos distintos que ocorrem por razões diferentes e têm características diversas.
O corrimento vaginal da gravidez é uma secreção natural que ajuda a manter a vagina limpa e protegida contra infecções. Ela ocorre ao longo de toda gestação e pode ser tornar mais volumoso nos últimos 3 meses de gestação.
O corrimento normal da gravidez é mais líquido e claro, eventualmente leitoso, enquanto o tampão mucoso é mais espesso, mucoso e elástico e vem frequentemente acompanhado de pequenas rais de sangue.
Explicamos o corrimento vaginal com mais detalhes nos seguintes artigos:
- Corrimento na gravidez: causas, sintomas e tratamento.
- Corrimento vaginal: branco, amarelo, marrom, com cheiro…
Referências
- Mucus Plug – What Is It & What Does It Look Like? – American Pregnancy Association.
- The Cervicovaginal Mucus Barrier – International journal of molecular sciences.
- Cervical Mucus Properties Stratify Risk for Preterm Birth – PLos One.
- What is a mucus plug? – Harvard Health Publishing.
- Imagens: arquivo pessoal, Depositphotos.
Autor(es)
Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.
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