Plicoma anal (pele no ânus): o que é, riscos e tratamento

Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro

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Plicoma anal

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O que é um plicoma?

O plicoma anal, também chamado acrocórdon anal, pode ser descrito como uma protusão, saliência, prega, excesso ou dobra de pele que surge na região perianal, ou seja, ao redor do ânus.

Essa forma de lesão anal é bastante comum, mas não causa preocupação, pois é benigna e habitualmente assintomática, especialmente nos casos em que a saliência da pele é pequena.

O plicoma não é um câncer nem tem risco de virar câncer. Ele também não é um tipo de hemorroida, porém, pode surgir após a cura de uma hemorroida externa.

Causas

Acrocórdons podem surgir naturalmente em várias partes do corpo à medida que o paciente envelhece. Essas lesões são encontradas principalmente em áreas onde há dobras de pele, como na virilha e nas axilas.

Ainda não sabemos exatamente o motivo pelo qual os acrocórdons surgem, mas eles têm sido ligados a várias condições, como diabetes (ou resistência à insulina), obesidade e irritação da pele por fricção.

No caso específico do plicoma anal, os fatores de risco mais descritos são:

  • Genética: indivíduos com familiares que têm plicoma anal apresentam maior risco de também desenvolvê-los.
  • Atrito ou irritação da região anal e perianal: os plicomas podem se desenvolver devido a qualquer irritação na área perianal provocada por exercícios, longos períodos sentado ou roupas apertadas.
  • Diarreia prolongada: o contato frequente com fezes líquidas pode irritar a pele ao redor do ânus. Demasiada acidez (comum nas fezes diarreicas) e excesso de limpeza com papel higiênico áspero também podem levar à formação de plicomas.
  • Constipação: a mucosa do ânus e a pele ao redor têm que se esticar muito para que fezes grandes ou duras possam passar. Quando a pele falha em retornar à sua forma original após o estiramento ou alongamento, pode levar à formação de plicomas.
  • Cicatrizes: o plicoma anal pode aparecer após a cicatrização de lesões anais, como hemorroidas, feridas ou fissuras.
  • Hemorroidas: quando as hemorroidas encolhem e cicatrizam, alguma pele esticada pode ficar para trás, o que pode formar um plicoma.
  • Doença de Crohn: a doença de Crohn promove grande inflamação dos intestinos, que pode resultar em diarreia recorrente e constipação intestinal, entre outros sintomas. Pessoas que sofrem da doença de Crohn são mais propensas a desenvolver plicoma anal.

Portanto, no caso dos plicomas anais, as lesões geralmente surgem após um processo de inflamação do ânus, com inchaço da mucosa e da pele, que ao se curarem não voltam ao normal, mantendo uma protuberância de pele na região perianal.

Sintomas

Na maioria dos casos, o plicoma não provoca sintomas e é mais um problema estético do que uma doença.

O tamanho do plicoma pode variar desde alguns milímetros até 3 ou 4 centímetros de diâmetro. A sua cor tende a ser semelhante a da pele ou levemente avermelhada como a mucosa anal, mas pode ser um pouco mais escurecida em alguns casos.

Essas saliências de pele podem se apresentar como uma lesão única ou podem ser múltiplas ao redor do ânus.

Plicoma anal
Plicoma anal

Alguns pacientes podem sentir a presença da protuberância ao se limparem com papel higiênico ou podem se queixar de sensação de limpeza incompleta após evacuação.

Quando o plicoma cresce muito ou quando são múltiplos, ele pode realmente atrapalhar a higiene anal após as evacuações. Nesse caso, o plicoma pode ficar sujo e causar assadura, o que se manifesta como ardência ou coceira na região anal.

Plicoma anal
Plicoma anal

O plicoma pode crescer com o tempo ou aumentar de número, princialmente se houver inflamação frequente provocada por hemorroidas, fissuras ou limpeza traumática do ânus após as evacuações.

Diferenças entre plicoma e hemorroida

Como já explicado, uma hemorroida externa pode virar um plicoma após a cura. Porém, hemorroida e plicoma são lesões diferentes.

A hemorroida é uma veia dilatada. Ela costuma ser mais arredondada que o plicoma, mas arroxeada e frequentemente provoca dor, coceira e/ou sangramento. Já o plicoma é feito de pele. Ele costuma ser indolor, menor, mais fino e enrugado, exatamente como uma pele saliente. Plicomas raramente sangram.

Diferenças entre plicoma e hemorroida
Hemorroida externa e plicoma

Se você quiser ver mais imagens de hemorroidas, acesse o seguinte artigo: Fotos de hemorroidas – externas e internas.

Tratamento

Em geral, os plicomas são apenas um problema estético, não necessitando de tratamento nenhum.

Se a lesão estiver causando sintomas, se estiver impedindo uma higiene adequada ou se o paciente estiver se sentindo muito desconfortável como a presença do plicoma, uma pequena cirurgia feita com o médico proctologista pode resolver o problema.

A remoção cirúrgica do plicoma é rápida, dura uns 30 minutos, pode ser feita com anestesia local e fora de ambiente hospitalar na maioria dos casos.

A decisão pela cirurgia deve ser bem pensada, pois o pós-operatório pode não ser muito agradável.

Geralmente há uma pequena quantidade de sangramento, além de alguma dor após o procedimento. O sangramento no pós-operatório é pequeno e dura cerca de 2 a 3 dias. O paciente também pode ter dificuldade e dor para evacuar, principalmente na primeira vez após a cirurgia. Medicação para dor e laxantes costumam ser necessários.

O paciente habitualmente consegue retomar às atividades normais dentro de 7 dias após o procedimento.

A única forma de tratamento eficaz é a cirurgia. Não existem remédios ou pomadas para tratar plicoma.


Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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