Maleato de dexclorfeniramina: para que serve e posologia

Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro

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Polaramine

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O que é a dexclorfeniramina?

O maleato de dexclorfeniramina, mais conhecido pelo nome comercial Polaramine, é um medicamento anti-histamínico de primeira geração utilizado habitualmente no tratamento das alergias leves, incluindo rinite alérgica, conjuntivite alérgica e quadros de urticária.

A dexclorfeniramina tem ação anti-alérgica e anticolinérgica, o que a torna útil no tratamento de sintomas, como espirros, coriza e coceiras.

Como todo anti-histamínico de primeira geração, o efeito colateral mais comum do maleato de dexclorfeniramina é a sonolência.

A dexclorfeniramina é um isômero dextrogiro do maleato de clorfeniramina (substância presente em medicamentos como Cêgripe), o que significa que ambos apresentam a mesma composição química, mas com diferentes arranjos estruturais dos átomos. Neste artigo falaremos somente da dexclorfeniramina, apesar das informações aqui contidas serem quase sempre válidas também para a clorfeniramina.

Nota: este texto não aspira ser uma bula completa do Polaramine (maleato de dexclorfeniramina). Nosso objetivo é ser menos técnico que uma bula e mais útil aos pacientes que procuram informações objetivas e em linguagem adequada ao público leigo.

Para que serve

Como referido na introdução do texto, o maleato de dexclorfeniramina é um medicamento anti-histamínico, ou seja, é um fármaco com propriedades anti-alérgicas.

A dexclorfeniramina pode ser utilizada no tratamento das seguintes condições:

Nomes comerciais

O maleato de dexclorfeniramina pode ser encontrado nas farmácias sob a sua forma genérica ou através dos seus vários nomes comerciais.

O nome comercial mais famoso do maleato de dexclorfeniramina é o Polaramine, medicamento produzido no Brasil pelo laboratório Mantecorp, considerado o fármaco de referência para a substância dexclorfeniramina.

Além do Polaramine, outros nomes comerciais do maleato de dexclorfeniramina são:

  • Alergomine.
  • Alergonil.
  • Alergovalle.
  • Alergyo.
  • Alermine.
  • Dexlerg.
  • EMS Expector.
  • Fenirax.
  • Histamin.
  • Hystin.
  • Lasamine.
  • Polaradex.
  • Polarax.
  • Polaren.
  • Polaryn.
  • Softez.

O maleato de dexclorfeniramina também costuma ser encontrado em associação com a betametasona (um corticoide que potencializa a ação antialérgica) ou a pseudoefedrina (um descongestionante nasal).

Apresentações

O maleato de dexclorfeniramina costuma ser comercializado sob as seguintes apresentações:

  • Comprimidos de 2 mg ou 6 mg.
  • Creme dermatológico de 10 mg/g.
  • Xarope de 0,4 mg/ml (2 mg/ 5 ml).
  • Gotas 2,8 mg/ml.

Como tomar

Comprimidos de 2 mg

  • Adultos e crianças maiores de 12 anos: 1 comprimido 3 a 4 vezes por dia (8/8 horas ou 6/6 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg por dia (6 comprimidos por dia).
  • Crianças de 6 a 12 anos: 1/2 comprimido três vezes por dia (8/8 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 6 mg por dia (3 comprimidos por dia).

Drágea de 6 mg

  • Adultos e crianças maiores de 12 anos: 1 comprimido 2 vezes por dia (12/12 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg por dia (2 comprimidos por dia).

Creme dermatológico de 10 mg/g

Aplicar o creme dermatológico sobre a área da pele afetada duas vezes ao dia (12/12 horas).

Xarope de 0,4 mg/ml (2 mg/ 5 ml)

  • Adultos e crianças maiores de 12 anos: 5 ml do xarope 3 a 4 vezes por dia (8/8 horas ou 6/6 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia (30 ml por dia).
  • Crianças de 6 a 12 anos: 2,5 ml do xarope 3 vezes por dia (8/8 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 6 mg/dia (15 ml por dia).
  • Crianças de 2 a 6 anos: 1,25 ml do xarope 3 vezes por dia (8/8 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 3 mg/dia (7,5 ml por dia).

Solução em gotas 2,8 mg/ml

  • Adultos e crianças maiores de 12 anos: 20 gotas 3 a 4 vezes por dia (8/8 horas ou 6/6 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 12 mg/dia (120 gotas/dia).
  • Crianças de 6 a 12 anos: 10 gotas três vezes por dia (8/8 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 6 mg diários (60 gotas/dia).
  • Crianças de 2 a 6 anos: 5 gotas, três vezes por dia (8/8 horas). Não ultrapassar a dose máxima de 3 mg diários (30 gotas/dia).

Em caso de esquecimento de alguma dose, o paciente deve tomar a dose em falta assim que possível, reajustando, a partir desse momento, os horários das próximas tomadas. Por exemplo, se o paciente está tomando o medicamento de 8/8 horas e deveria ter tomado um comprimido às 12h, mas só o tomou às 15h, a próxima dose deverá ser às 23 horas (8 horas depois da última tomada).

Não é recomendado ingerir duas doses de uma só vez, mesmo que o atraso da última dose esteja próximo de 8 horas.

Efeitos colaterais

O efeito colateral mais comum da dexclorfeniramina (e de todos os anti-histamínicos de primeira geração) é a sonolência. Esse efeito adverso até pode ajudar quando o paciente sente-se mal e deseja dormir, mas, de modo geral, ele é mais deletério do que benéfico, pois atrapalha o desempenho nas atividades normais do dia-a-dia.

Além da sonolência, o paciente também pode apresentar déficit de atenção e redução das habilidades motoras, motivo pelo qual ele deve evitar conduzir veículos ou operar máquinas enquanto estiver sob efeito da medicação.

Nas crianças, esse efeito colateral pode atrapalhar o desempenho escolar, mesmo quando o medicamento é tomado somente à noite, já que uma sedação residual ainda pode estar presente no início do dia.

O maleato de dexclorfeniramina também possui ação anticolinérgica, que ajuda a “secar” a coriza no caso da rinite alérgica, mas também pode provocar outros efeitos indesejáveis, principalmente nos pacientes idosos, como boca seca, olhos secos e dificuldade para urinar.

Efeitos colaterais mais raros incluem: pressão baixa, dor de cabeça, palpitações, agitação (mais comum em crianças), falta de ar e tonturas.

Atualmente, os anti-histamínicos de segunda geração são a melhor escolha para o tratamento das alergias, pois eles apresentam um perfil de efeitos colateiras mais leve, principalmente em relação à sedação.

Contraindicações

O maleato de dexclorfeniramina é contra-indicado em crianças menores de 2 anos, durante o aleitamento materno, em pacientes com crise de asma ou em pacientes em tratamento com antidepressivos da classe dos inibidores da monoamina oxidase (IMAO), tais como: Fenelzina, Iproniazida, Isocarboxazida, Harmalina, Nialamida, Pargilina, Selegilina, Toloxatona ou Tranilcipromina.

O uso de anti-histamínicos durante a gravidez não costuma provocar um maior risco de defeitos congênitos; contudo, não há estudos específicos sobre a dexclorfeniramina na gravidez, motivo pelo qual o seu uso deve ser evitado sempre que possível. Em geral, quando é necessário utilizar um anti-histamínico durante a gravidez, os de segunda geração são os mais indicados.

Interações medicamentosas

Como referido no tópico anterior, a dexclorfeniramina não deve ser tomada concomitantemente com os antidepressivos da classe dos inibidores da monoamina oxidase (IMAO), pois estes provocam uma potencialização do efeito anti-histamínico, o que pode levar a hipotensão arterial grave.

Medicamentos que causam inibição do sistema nervoso central também não devem ser misturados com o maleato de dexclorfeniramina, incluindo neste grupo o consumo de bebidas alcoólicas.

Outros fármacos que devem ser evitados são: talidomida, tiotrópio, ipratrópio, nitroglicerina, levossulpirida e oxicodona.

A varfarina pode ter seu efeito anticoagulante reduzido pelo maleato de dexclorfeniramina.

O maleato de dexclorfeniramina não interfere com a eficácia da pílula anticoncepcional.


Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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