Cloridrato de Terbinafina: remédio para micoses (bula)

O cloridrato de terbinafina é um medicamento com atividade antifúngica, que é atualmente o tratamento mais eficaz contra a micose das unhas, também chamada de onicomicose.
Dr. Pedro Pinheiro
Dr. Pedro Pinheiro

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Terbinafina

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O que é o cloridrato de terbinafina?

O cloridrato de terbinafina é um medicamento com atividade antifúngica, que é atualmente o tratamento mais eficaz contra a micose das unhas (onicomicose).

Apesar de ser habitualmente prescrito para pacientes com onicomicose, a terbinafina também é eficaz contra outras formas de micose da pele.

Esse antifúngico pode ser encontrado nas farmácias sob a forma de comprimidos, creme, gel ou spray.

Atenção: este texto não aspira ser uma bula completa do cloridrato de terbinafina. Nosso objetivo é ser menos técnico que uma bula e mais útil aos pacientes que procuram informações objetivas e em linguagem acessível ao público leigo.

Vídeo

Antes de seguirmos em frente com as explicações, assista a esse curto vídeo sobre a micose de unha produzido pela equipe do MD.Saúde. A onicomicose é a principal indicação para o uso da terbinafina.

YouTube video

Para que serve

Como referido na introdução do artigo, a principal indicação para uso da terbinafina é a micose das unhas, com uma taxa de sucesso ao redor dos 80% (leia: MICOSE DE UNHA – Causas, Sintomas e Tratamento).

A terbinafina, também pode ser utilizada para outras formas de micose, sendo as seguintes as mais indicadas:

Nomes comerciais

O cloridrato de terbinafina já pode ser encontrado sob a forma de medicação genérica.

Entre os nomes comerciais, os mais conhecidos são:

  • Ceremil (comprimidos).
  • Funtyl (comprimidos e creme).
  • Lamisil (creme).
  • Lamisilate (comprimidos, creme, gel e spray).
  • Lorentil (creme).
  • Micosil (creme).
  • Termycol (creme).
  • Tertop (comprimidos).

Preço médio

A caixa com 28 comprimidos de 250 mg da terbinafina de marca pode custar mais de 250 reais, enquanto o equivalente genérico pode ser encontrado por até 60 reais. Em Portugal, os preços variam entre 12 e 24 euros.

Já a terbinafina em creme 1% costuma custar entre 10 e 20 reais no Brasil e entre 2 e 5 euros em Portugal.

Posologia

A posologia da terbinafina varia consoante o tipo de micose a ser tratada. Os esquemas terapêuticos mais indicados são os seguintes:

Onicomicose – micose das unhas

Uso oral:

  • Unhas das mãos: 1 comprimido de 250 mg por dia por 6 semanas.
  • Unhas dos pés: 1 comprimido de 250 mg por dia por 12 semanas.

A única forma eficaz de terbinafina contra a onicomicose é em comprimidos. O uso tópico do creme apresenta uma taxa de sucesso muito baixa.

Tinea capitis – micose do couro cabeludo 

  • Uso oral: 1 comprimido de 250 mg por dia por 6 semanas.

A única forma eficaz de terbinafina contra a tinea capitis é em comprimidos. O uso tópico de creme é ineficaz.

Tinea corporis

  • Via oral: 1 comprimido de 250 mg por dia por 1 ou 2 semanas.
  • Uso tópico: Aplicar o creme nas lesões 1 vez por dia por 1 semana.

Tinea pedis – pé-de-atleta 

  • Via oral: 1 comprimido de 250 mg por dia por 2 semanas.
  • Uso tópico: Aplicar o creme nas lesões 1 vez por dia por 1 ou 2 semanas.

Pitiríase versicolor – pano branco 

  • Uso tópico: Aplicar o creme nas lesões 1 ou 2 vezes por dia por 1 ou 2 semanas.

A única forma de tratamento eficaz da terbinafina contra a pitiríase versicolor é através do uso tópico de creme. O tratamento por via oral com comprimidos tem baixa eficácia.

Esporotricose

  • Via oral: 2 comprimidos de 250 mg (500 mg por dia) por 3 a 6 meses (até 2 semanas após todas as lesões terem desaparecido).

A única forma eficaz de terbinafina contra a esporotricose é em comprimidos. O uso tópico de creme é ineficaz.

Intertrigo por Candida

  • Uso tópico: Aplicar o creme nas lesões 1 ou 2 vezes por dia por 1 ou 2 semanas.
  • Via oral: 1 comprimido de 250 mg por dia por 2 semanas.

Efeitos colaterais

Uso tópico

Os efeitos colaterais da terbinafina em creme são limitados e costumam ficar restritos à região na qual o medicamento foi aplicado.

Irritação da pele, com vermelhidão, ardência ou coceira são os efeitos adversos mais comuns.

Uso oral

Os efeitos colaterais mais comuns da terbinafina em comprimidos são:

  • Dor de cabeça (cerca de 10%).
  • Diarreia (6%).
  • Reação alérgica na pele (6%).
  • Azia ou dor de estômago (4%).
  • Alterações do paladar (3%)
  • Perda do apetite (3%).
  • Náuseas (3%)

Outros eventos adversos possíveis são: alterações oculares, depressão, alterações do olfato, perda de peso involuntária e toxicidade hepática.

Precauções e contra-indicações

Creme

Como menos de 5% da composição da terbinafina em creme é absorvida pelo organismo, a única contraindicação ao seu uso é uma história anterior de reação alérgica ao medicamento.

Comprimidos

O cloridrato de terbinafina em comprimidos em contra-indicado em pacientes com insuficiência renal ou hepática avançada.

Como o número de estudos clínicos sobre a ação da terbinafina em mulheres grávidas é muito limitado, o medicamento em comprimidos não deve ser administrado em gestantes.

A terbinafina é excretada no leite materno, portanto, o medicamento não deve ser administrado em mães que estão amamentando.

Pacientes com lúpus eritematoso sistêmico podem apresentar exacerbações da doença após iniciarem o tratamento. Caso isso ocorra, o medicamento deve ser imediatamente suspenso.

Interações medicamentosas

1. Medicamentos que podem aumentar a concentração sanguínea da terbinafina, aumentando o risco de toxicidade: cimetidina, fluconazol, cetoconazol e amiodarona.

2. Medicamentos que podem reduzir a concentração sanguínea da terbinafina, diminuindo a sua eficácia: rifampicina.

3. A terbinafina pode aumentar a concentração sanguínea dos seguintes fármacos: amitriptilina, cafeína, clozapina, imipramina, metoprolol, nebivolol, nortriptilina e propafenona.

4. A terbinafina pode reduzir a concentração sanguínea dos seguintes medicamentos: tramadol, tamoxifeno, codeína e ciclosporina.


Referências


Autor(es)

Dr. Pedro Pinheiro

Médico graduado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com títulos de especialista em Medicina Interna e Nefrologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Universidade do Porto e pelo Colégio de Especialidade de Nefrologia de Portugal.

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